Resumo
Introdução: A teoria da classificação tem sido utilizada como fundamento para a compreensão dos sistemas de organização do conhecimento. Desse modo, é importante analisar e compreender como os estudos sobre classificação se configuram na ciência da informação brasileira, analisando-se sua institucionalização. Objetivos: a) identificar os autores com a presença mais consolidada no ENANCIB; b) verificar as relações entre os autores citantes e seus referenciais teórico-bibliográficos; c) identificar os termos mais recorrentes e sua relação com conteúdos de outras áreas ou outros subcampos da ciência da informação. Metodologia: Analisaram-se os trabalhos publicados nos anais do ENANCIB pelo GT-2, no período 2003 a 2014 (n=350). Utilizou-se como estratégia de busca a verificação da ocorrência da expressão truncada “classif*” em títulos e palavraschave. Desse modo, 42 artigos foram selecionados para a composição do corpus de análise, do qual extraiu-se a amostra composta por 21 trabalhos que foram publicados pelos cinco investigadores mais produtivos. Foram analisadas também as referências bibliográficas utilizadas por este grupo, construindo-se a rede de citação. Resultados: Verificou-se que há uma elite forte e atuante relativamente ao desenvolvimento da temática “classificação” no GT-2. Metade dos trabalhos identificados como relacionados a esta temática foi produzida pelos cinco autores componentes da elite. Observou-se, tanto na análise da base teórico-bibliográfica quanto na análise das palavras-chave utilizadas, que o estudo da teoria da classificação facetada desperta interesses, sendo Ranganathan o teórico mais citado pelos autores mais produtivos. Trata-se de um fenômeno que não se pode efetivamente chamar de tendência, considerando-se a longevidade desse tipo de interesse. Considerações finais: Esse interesse “renovado” na classificação facetada, entretanto, está certamente associado às contribuições que tal abordagem pode oferecer ao tratamento da informação digital em consonância com outros instrumentos, como, e.g., as ontologias.