Resumo
Com base em textos de diversos autores, tais como Arendt, Da Matta e Camargo, discutiremos a questão do público e do privado hoje, no Brasil, apontando para os limites tênues entre essas duas esferas, fruto da herança autoritária e clientelista do poder público no país. A partir dessas reflexões, passaremos a abordagem dos arquivos municipais brasileiros, sua principal função e seu papel atual de criador de um espaço de cidadania, base de ampliação da democracia. Procuraremos relacionar a fragilidade das instituições arquivísticas municipais. A recente história do federalismo no Brasil. A formação do Estado brasileiro tem, como marca, uma forte centralização e um ranço autoritário que atravessaram todo o período colonial e imperial. Mesmo a nossa República federativa conheceu per lodos longos de autoritarismo, onde a &mia dos estados e municípios foi pouco respeitada. Essas questões são amplamente debatidas hoje no país. E dessa ótica que pretendemos discutir, dentre as diversas concepções recorrentes no meio arquivístico brasileiro, qual o modelo de arquivo municipal que melhor se ajusta a uma sociedade que se pretende pluralista, aberta, participativa, enfim, democrática.