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O legado do escritor Fernando PY e a organicidade entre arquivo e biblioteca
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Título
O legado do escritor Fernando PY e a organicidade entre arquivo e biblioteca
Resumo
O trabalho aborda o legado literário do escritor Fernando Py, sob o ponto de vista de sua filha arquivista, utilizando-se do conceito arquivístico de organicidade para realizar uma análise das relações entre seu arquivo e biblioteca. Apresenta breve biografia do escritor, poeta, crítico literário e tradutor. Ao longo de sua vida, acumulou uma biblioteca especializada em literatura com cerca de 9 mil volumes, e produziu um arquivo relacionado à biblioteca. Py tinha a intenção de deixar seu legado literário para uma instituição de memória, que preservasse o acervo e o disponibilizasse para a pesquisa acadêmica. Após seu falecimento em 2020, foi iniciado um trabalho de listagem do material do arquivo para conhecimento do conteúdo. O texto discute a experiência inovadora de lidar com um arquivo pessoal sob o ponto de vista familiar e profissional. O aspecto familiar envolve a questão da seleção de documentos para doar a uma instituição de custódia, os interesses pessoais e as lembranças familiares que devem ser preservadas, além de uma análise minuciosa para evitar arrependimentos futuros. Trata-se do valor sentimental que um documento pode ter, como, por exemplo, fotografias ou cartas. E o profissional de arquivo deve reconhecer que é preciso evitar desmembramentos ou fragmentações para uma instituição, para que um pesquisador possa ter acesso a informações mais consistentes para uma biografia. Discorre, ainda, sobre a sistemática de trabalho do escritor, que era organizado e com perfil metódico. Exemplifica com a guarda da correspondência, tanto familiar e de amigos quanto de outros escritores, acondicionada em pastas por ordem alfabética ou cronologicamente, com relação ao recebimento dos livros e a criação de documentos de arquivo a partir dele. A organicidade, por se referir às atividades da pessoa, aplica-se também ao seu trabalho como escritor, como crítico literário e, ainda, como colecionador de livros. Sua biblioteca é fruto de seu trabalho e de seu gosto por colecionar livros. A singularidade está na sinergia entre arquivo e biblioteca, com a apresentação de exemplo e diagrama para facilitar a compreensão. Sua atividade de crítico literário alimentava sua biblioteca, que alimentava seu arquivo, e fazia com que ambos crescessem. O arquivo que ele constituiu e preservou é revelador de suas relações profissionais, sociais e familiares. A partir dele, foi possível observar uma pessoa diferente, um ser arquivador, que se preocupou em preservar minuciosamente os registros de sua trajetória, e com prazer. Esta tarefa ele fazia porque gostava e sentia necessidade. Não admitia que se jogasse nada fora. Conhecer o pai no âmbito doméstico, conhecendo seu trabalho e os amigos e escritores mais próximos, é uma dimensão sem surpresas. Porém, a dimensão externa, vinda de fora do âmbito doméstico, revelou um indivíduo a ser ainda mais valorizado e admirado do que já era.
Palavra-Chave
Arquivo > Arquivo pessoal | Biblioteca privada | Fernando Py | Organicidade
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Organizador(es)
Editora
Natureza
ISSN ou ISBN
978-65-991726-4-9
ISBN
978-65-991726-4-9
Sessão
Arquivos pessoais
Páginas
1-11