Resumo
O trabalho, através de uma visão indiciária, tem por objetivo relatar a minha experiência como professora de Educação Infantil, no que diz respeito ao ato de documentar na perspectiva da documentação pedagógica, o que se revela e se constitui pelos modos e meios de narrativas, descrição reflexiva do processo, de situações, vivências, experiências, imagens, fotografias, desenhos infantis, exploração, vídeos, áudios, objetos, relicários, inventário e memória. Observar, documentar e interpretar colabora para repensar a práxis docente que é compartilhada com todos os interessados pela escola e pela Educação. Isso porque, no caso da documentação, independentemente do suporte utilizado, ela é impregnada pelo que acontece no processo, e não no fim da experiência. Esse processo pode conter rastros, vestígios e sinais dos modos como a experiência infantil é constituída, os quais podem ou não ser recolhidos na documentação, a depender do material reunido pela professora e pelas crianças. E normalmente é aquilo que “pipoca”, que se destaca e se evidencia no contexto da atividade. O que não quer dizer que apenas a ação principal seja documentada, pois pode ser também aquilo que é marginal e/ou está disfarçado nos detalhes e nos resíduos. São produções de memórias que nos permitem compreender como fizemos e o que fizemos ao tratar do conhecimento que envolve nossa subjetividade, nossas possibilidades, teorias, referências e aquilo sobre o que estamos refletindo. A documentação não carrega o “absoluto”, mas parte da observação, porque, o que sabemos capturar com o olhar, fotografar, recolher de alguma forma, depende das nossas vivências com as crianças.