Resumo
O termo pós-custodial surge em uma perspectiva da Arquivística contemporânea e configura-se como uma pressuposta mudança de paradigma da arquivística custodial para uma arquivística póscustodial. Assim, nessa pesquisa por meio do quadro teórico metodológico da análise do discurso de matriz francesa que instrumentaliza a análise de textos, estuda-se discursivamente a enunciação e o discurso relacionado ao pós-custodial no contexto Português e Brasileiro. A Arquivística desde seu inicio, sempre esteve atrelada e sofreu influência de outras disciplinas no interior de suas técnicas e métodos direcionando a mudanças em suas abordagens. A mudança de objeto do documento de arquivo para o da informação arquivística é uma das enunciações recorrentes no cenário pós-custodial. Desse modo, uso do termo póscustodial por determinados autores enuncia na Arquivística aparentemente, uma mudança de terreno. Por meio deste questionamento analisa-se textos de três teóricos importantes na tradição estudada, são eles: Armando Malheiro da Silva, Fernanda Ribeiro e Maria Odila Fonseca. Esta análise visa compreender por meio da análise do discurso como constitui e comporta as enunciações relacionadas ao pós-custodial no interior da produção científica da área e até que ponto tal acepção apresenta-se efetivamente como uma mudança de terreno. Por fim, constrói-se um quadro comparativo entre os autores, seus enunciados e as formações discursivas que se vinculam quando no tratamento do conceito/termo pós-custodial, chegando a um panorama discursivo-conceitual fundamental no atual estágio científico da área.