Resumo
Esse artigo é resultado de uma pesquisa que visa confrontar quatro propostas teóricas e metodológicas de avaliação de documentos. O modelo de Schellenberg é o primeiro modelo de grande impacto internacional, se destacando pela elaboração da chamada “teoria de valor”. O segundo modelo, a Estratégia de Documentação, consiste em um plano para preservar documentos de diversas proveniências, mas que se referem a uma mesma tarefa, atividade ou área. O terceiro modelo, o Plano Documental, tem como estratégia a construção de uma lista de eventos históricos relevantes, com base nos quais os documentos são avaliados. Já a macroavaliação propõe valorar primeiramente as funções e atividades do produtor, considerando as relações entre a sociedade e o Estado. A análise desses modelos permitiu compreender que não existe exatamente uma contraposição entre uma teoria arquivística moderna e pósmoderna no que tange à avaliação de documentos. Os argumentos apresentados pelos diferentes autores não permitem identificar ruptura. Esses modelos estão historicamente contextualizados e respondem a questões de seus respectivos contextos, sem, contudo, negarem necessariamente o modelo desenvolvido em meados do século XX por Schellenberg, ainda que essa negação apareça no discurso de um ou outro.